Contrariando as expectativas, a organização do Fantasporto anunciou que a edição para este ano (2021), que decorre de 23 de Fevereiro a 7 de Março, irá realizar-se da forma presencial habitual, mas com as respectivas medidas de segurança por conta do cenário de Covid-19 que atravessamos.
É uma medida que surpreende, e que faz uma grande e arriscada aposta de que daqui por quatro semanas a situação catastrófica que atravessamos estará controlada - o que neste momento não parece nada provável - mas que se compreende, pelo desejo de não quebrar a tradição do festival, que nos últimos anos tem passado grandes dificuldades, e onde qualquer interregno poderia complicar ainda mais a situação. Apesar disso, os períodos de confinamento têm sido responsáveis por quebrar muitas e mais prolongadas tradições, pelo que o Fantasporto não seria caso isolado.
A organização refere que os horários serão bastante diferentes dos habituais por conta das medidas de segurança, com uma hora de intervalo entre sessões para higienização, lotação reduzida, e limitação dos horários para que nenhuma sessão termine depois das 22h30.
É também feita referência a um "plano B" no caso de não ser de todo possível a realização do festival presencial na data indicada, mas que se limita a adiar o início do festival para 1 de Março - o que continuará a ser uma opção arriscada e que recomendaria a criação de um "plano C", que contemplasse a eventualidade (bastante provável) do período de confinamento, total ou parcial, se manter por Fevereiro e Março, e impossibilitar a realização presencial.
O festival de Sundance está a preparar uma edição remota em VR, e mesmo que o Fantasporto não tenha capacidade tecnológica para isso (neste momento nem o site principal está a funcionar) ou orçamento, seria bom que fosse contemplada uma edição não-presencial. É que, nesta fase, não estou a ver todos os habituais participantes estrangeiros do festival com disposição para se meterem num avião e virem ao Fantas só para cumprirem a tradição, perante o cenário de pandemia que atravessamos e que já matou mais de 2 milhões de pessoas e infectou mais de 100 milhões a nível mundial.
quarta-feira, 27 de janeiro de 2021
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