Hellboy (2019)

Hellboy está de regresso com um reboot da adaptação feita por Guillermo del Toro, mas infelizmente fica bem aquém daquilo que se desejaria.

Confesso que tinha expectativas bastante elevadas para o filme, desde vez a cargo de Neil Marshall (que "somente" nos trouxe filmes - que para mim considero "clássico" como Dog Soldiers e The Descent, para além do Doomsday e Centurion), e com argumento a cargo de Andrew Cosby (criador da série Eureka) e participação de Mike Mignola. Parecia estar tudo a postos para que daqui saísse um grande filme... o que infelizmente não veio a acontecer.

Podemos começar pelo facto de que David Harbour (Hellboy), por muito bem que tenha estado em séries como Stranger Things, aqui não consegue obter o mesmo carisma do Hellboy de Ron Pearlman, e passe o filme a nos dar a sensação de que é uma seca andar a arrastar o braço gigante do seu personagem (que, talvez para poupar nos efeitos digitais, está sempre a fazer-se notar por ser muito pouco natural - não no sentido positivo de ser um personagem "diabólico", mas de parecer um acessório de brincar onde o actor tem a mão enfiada). Depois, temos a vilã de serviço a cargo de Milla Jovovich (a fazer o possível por desta vez não estar a matar zombies), e o par de sidekicks que ainda está a afinar o seu funcionamento em equipa.

A relação de Hellboy com o seu "pai", aqui interpretado por Ian McShane, acaba por ser um dos pontos positivos, mas que por outro lado falha spoiler ahead!!! quando a melhor interacção entre ambos é feita depois dele ter morrido.

Ainda por cima, os momentos em que Neil Marshall deixa a sua criatividade original vir à tona, acabam por resultar em cenas exageradamente e desnecessariamente gore, que apenas parecem lá ter sido colocadas para justificar ser um filme R-Rated.

Mini-ponto bónus extra para a dica no final feita ao nosso amigo "homem-peixe"... mas não posso dizer que o filme me tenha deixado com vontade de ver o que se possa seguir.