quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Her

Finalmente tive oportunidade de ver o Her de Spike Jonze, filme que muita curiosidade me tinha causado e que conta com Joaquin Phoenix como protagonista a par de Scarlett Johansson... apenas como voz.

Este é um filme que está perfeitamente enquadrado nos tempos que correm, em que se procura incessantemente criar "assistentes digitais" que sejam tudo aquilo que queremos; e onde acabamos por dar mais atenção aos nossos equipamentos electrónicos do que as pessoas que nos rodeiam.

Neste filme acompanhamos a vida pouco colorida de Theodore, um escritor que escreve cartas para outras pessoas, e que tenta encontrar o sentido da vida enquanto vai adiando o processo de divórcio pedido pela sua (quase ex) mulher. Mas um certo dia Theodore instala um novo sistema operativo revolucionário com base numa inteligência artificial... e a sua vida muda.

O seu sistema operativo, com o qual interage principalmente através da voz, revela ser uma mulher divertida, aventureira, que o compreende, que partilha os seus sonhos e que lhe faz surpresas... e Theodore acaba por se apaixonar por esta entidade digital.

O problema é que, tal como com as pessoas reais, também o processo de conhecer esta "paixão digital" depressa começa a revelar falhas... e nem tudo é tão perfeito como ele desejaria - ou pelo menos, à sua medida. Até se chegar ao desfecho que não será novidade... mas será uma constatação da realidade humana no seu mais profundo sentido.

Um grande filme de Joaquin Phoenix, que aqui passa a maior parte do tempo com uma câmara mesmo em frente ao rosto; e que embora tenha uma progressão lenta e pausada... dá-nos igualmente tempo para pensar no tempo que dedicamos aos "gadgets" ignorando as pessoas reais à nossa volta.

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