O Joker já chegou às salas de cinema nacionais, e com ele um grande momento de viragem. Ninguém duvidava que Joaquin Phoenix fosse um grande actor, capaz do tipo de transformação indispensável para um personagem como o Joker - mas havia bastantes dúvidas quando ao processo ser realizado por Todd Phillips, mais conhecido por filmes como Road Trip, Starsky & Hutch ou a trilogia The Hangover.
O filme foca-se nos origens do Joker, e do processo que o levou de pessoa "normal" (não que o termo se possa aplicar) enquanto Arthur Fleck até ao Joker alucinado que conhecemos da banda desenhada e dos filmes. Aliás, a propósito disso, diga-se que um dos maiores elogios que se pode fazer a este filme, é a de em nada ficar a depender desse longo historial que o personagem tem - este filme Joker aguenta-se firmemente a solo, e continuaria a ser um grande filme independentemente do nome do personagem!
Repleto de momento desconfortáveis, o filme leva-nos num lenta espiral que nos vai levando até à loucura inevitável, mas sempre com situações e reacções com as quais nos poderíamos relacionar...
É um filme que "incomoda", pela positiva. Incomoda pelo personagem que estamos a ver, incomoda pelo processo pelo qual ele está a passar, incomoda pelo facto de estar a "justificar" a criação de vilão , incomoda por relembrar o peso que todos nós, enquanto sociedade, temos em todos os outros; e incomoda ao nos fazer pensar sobre isso.
... Se isto não é dos melhores elogios que se pode fazer a um filme... não sei o que seja. :)
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