terça-feira, 22 de janeiro de 2019

IO


A Netflix trouxe-nos mais uma pequena pérola de ficção científica, embora não exactamente o estilo de ficção científica vistoso que muitos poderiam desejar. Em IO somos atirados para um futuro em que a Terra está ficar imersa numa atmosfera tóxica gerada pela poluição, e onde apenas se pode respirar (por enquanto) nos locais mais elevados. A população da Terra refugiou-se numa estação espacial transformada em colónia de sobrevicência, em IO, e tem agora o intuito de viajar até outro planeta para recomeçar do zero, e alguns dos poucos sobreviventes na Terra têm poucos dias para atingir a última nave que irá partir do planeta.

... Agora, limpem a imaginação, pois o filme não é sobre uma corrida desenfreada e cheia de perigos para chegar à nave a tempo, ou repleta de imagens dos últimos sobreviventes a tentarem sobreviver numa nave espacial que não tinha sido concebida para esse fim. Em IO, acompanhamos os últimos dias de uma jovem que vai sobrevivendo no seu dia a dia, dando continuidade às experiências iniciadas pelo seu pai, que tinha por objectivo adaptar a raça humana para sobreviver nas novas condições que o planeta estava a criar. Planos que são interrompidos pela chegada de um estranho em busca do seu pai... e que resultam num estranho convívio que começa pela desconfiança mas se vai tornando em algo "mais".

Não é um filme para nos deixar "bem dispostos" - o que de resto é apropriado para uma sociedade que continua a insistir em se auto-envenenar, sem o mínimo respeito pelo planeta onde vive - e o final, que fica aberto à interpretação do espectador, nem mesmo na sua vertente mais positiva constitui um final feliz (pelo contrário, mesmo assumindo o melhor final, acabará também por ser o mais trágico.)

Vale a pena ver, mas apenas para quem apreciar este tipo de histórias sci-fi, sem "acção".

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