quarta-feira, 17 de outubro de 2018

The Haunting of Hill House


Já está disponível na Netflix a The Haunting of Hill House, uma série que revisita a história da casa mais assombrada de sempre nos EUA, e que já tinha dado origem aos "The Haunting" de 1963 e 1999.

Sendo um fã dos filmes de "sustos", confesso que nos últimos anos poucos têm sido os filmes que realmente conseguem criar aquele clima de "ter medo do escuro" - talvez por muitos deles se limitarem a recorrer aos clichés e truques habituais para tentar fazer saltar o espectador da cadeira. Mas, de vez em quando lá vão surgindo alguns que se destacam... e posso dizer, com enorme satisfação, que este regresso a Hill House em série, é um desses casos!

O The Haunting of Hill House é uma série que se devora, do primeiro ao último episódio, e que até ao momento foi a única série que, assim que terminei, fiquei com vontade de rever do início - seguro de que por lá há muitos detalhes que me passaram despercebidos (e digo isto, mesmo tendo "puxado atrás" algumas cenas nalguns dos seus episódios, para validar as minhas suspeitas).


Nesta série acompanhamos uma família que recupera e vende casas, quando se muda para a mansão de Hill House pensando que irão fazer o negócio da sua vida. A série desdobra-se por diversos períodos temporais, com os acontecimentos no passado e no presente, e multiplicando-se pelas diferentes perspectivas que cada um dos filhos, filhas e pais, tiveram sobre o assunto. Em vez de se limitar a apelar aos "jump scares", aqui temos aquilo que se poderá designar de terror inteligente... que se vai acumulando, pouco a pouco, deixando-nos num estado de permanente inquietação - e que poderá acabar por ser ainda mais perturbador para os espectadores mais sensíveis.

Sem querer estragar a surpresa, deixo apenas alguns reparos adicionais, com a mestria com que a série consegue abordar a questão "sobrenatural" deixando plausível as explicações naturais; a componente "tempo" (depois perceberão); e ainda um aplauso especial para o episódio 6, com a sua gigantesca secção "single-take" que é de ficar de queixo caído.

Altamente recomendada! Não percam isto!



P.S. Não posso deixar de pensar se terá tido impacto subconsciente o facto do The Haunting de 1963 ter sido um dos grandes responsáveis de me ter "aterrorizado" durante a minha infância, quando ia ver televisão às escondidas para a sala, depois dos meus pais já se terem ido deitar, para ver os filmes de terror impróprios para a minha idade que passavam na RTP. Este Haunting acabou por ficar permanentemente gravado na memória devido à cena em que uma das crianças pensa estar a dar a mão ao seu irmão ou irmã enquanto está na cama... e se vem a descobrir que afinal não estava ninguém ao seu lado - pois precisamente depois de ver o filme, quando me ia deitar e estava a esticar timidamente a mão para o corredor, para chegar ao interruptor da luz (nem pensar em caminhar num corredor escuro depois deste filme!)... eis que a minha mão choca com outra mão, proporcionado um valente grito de terror genuíno! Mas afinal, era apenas a minha mãe que se tinha levantado e vinha em sentido oposto ver o que eu estava a fazer e também ia acender a luz. :)

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