terça-feira, 3 de julho de 2018

A Quiet Place


Tinha-me abstido de falar sobre o "A Quiet Place" para não estragar o filme a ninguém, mas agora que há se passou tempo suficiente para que todos os interessados o vissem, é a altura ideal para o fazer.

Não é todos os dias que se vê um filme que nos deixa agarrados do início ao fim, e do qual saímos da sala com a sensação de "sim senhor, que grande filme" - mas felizmente é isso que acontece neste caso. O A Quiet Place atira-nos para o meio de um mundo silencioso, onde rapidamente se demonstra o motivo pelo qual os sobreviventes encaram o ruído como algo inadmissível: é que o nosso planeta foi invadido por monstros vorazes que são cegos mas são atraídos pelo mínimo barulho... com as evidentes consequências mortais.

O cenário está montado e depressa nos arrasta para este mundo silencioso, mas por outro lado é inevitável que a nossa mente comece a deambular e a procurar "buracos" neste universo. Será credível imaginar que os militares não tivessem armas capazes de aniquilar estes invasores aparentemente caídos do céu, pelo que se pode ir percebendo pelos recortes dos jornais? (Coisa que o filme tenta esquivar dizendo que têm carapaças indestrutíveis.) E mesmo que não fosse pela via das armas convencionais, seria assim tão descabido alguém se ter lembrado que, para criaturas que dependem exclusivamente do som para caçar, talvez pudessem utilizar o som como arma?

São perguntas que nos vão assombrando ao longo do filme - entre muitas outras, tal como porque motivo a família não teria criado um sistema de "emergência" que fizesse barulho remotamente, em diversas posições, para atrair os bichos para um local distante (coisa que fizeram, mas com actuação manual, obrigando a que lá tivesse que ir alguém... em vez de simplesmente ligarem um botão em casa) - mas que, pelo menos no meu caso, não foram capazes de estragar a sensação de ter visto um excelente filme.

... O sucesso do mesmo parece já ter garantido a existência de um segundo filme, vamos ver o que dali irá sair... (Esperemos que alguns dos pontos referidos sejam abordados, para que não se passe o filme a ser distraído pelos tais pensamentos de que uma família naquelas condições poderia ter feito melhor).

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