sábado, 8 de dezembro de 2012

Do Cinema Fora de Casa para o Cinema em Casa


Hoje em dia é possível chegarmos a casa, e com um toque no comando escolhermos qualquer um dos filmes que deu durante a última semana em qualquer um dos muitos canais que temos à disposição. Temos até a possibilidade de alugarmos os mais recentes êxitos sem sairmos de casa! E isto, sem entrarmos sequer nas crescentes oportunidades que vão surgindo a nível de distribuição e compra de conteúdos pela internet.

São coisas agora cada vez mais normais e comuns... mas que fazem pensar no quanto as coisas mudaram nas últimas décadas.

Lembro-me perfeitamente de no meu tempo de criança ter apenas uma pequena TV a preto-e-branco, com acesso a um único canal (e que apenas emitia durante algumas horas por dia, e com a famosa mira técnica a servir de pano de fundo assim que a emissão terminava, com o hino nacional). Os anos foram passando, e fui assistindo às maravailhas da tecnologia... as televisões passaram a ser a cores, as emissões passaram a ser feitas 24h por dia, e mais canais foram chegando.

Mas para quem adorava filmes como eu, poucas (nenhumas) alternativas havia a não ser ir ao cinema semanalmente... sentir aquela emoção de uma imagem projectada numa tela do tamanho de uma gigantesca parede. No tempo que precedia a projecção do filme (não havia as publicidades actuais - apenas alguns cartazes colocados nas cortinas que protegiam a tela), falava-se sobre outros filmes... filmes que eu mentalmente ia tentando manter numa lista de "filmes a ver", quando algum dia - no futuro - isso fosse possível.

Naquela altura, essa proposta improvável significava apenas uma única hipótese: que o filme viesse a passar num qualquer canal da TV, anos mais tarde... com sorte. Só anos mais tarde é que os videogravadores e os clubes de vídeo é que vieram "revolucionar" todo este sistema, dando-nos a possibilidade de ver os filmes que queríamos, quando queríamos! Foi também um ponto de viragem que fez com que ver "cinema" deixasse de ser uma experiência que apenas podia ser vivida fora de casa. A partir daí, começava a ser possível preferirmos ver filmes em casa.

Claro que na altura dos filmes em VHS e dos ecrãs CRT, seria necessário ser um pouco masoquista preferir essa experiência à da imagem e som de um cinema a sério... mas com a chegada dos DVD e mais recentemente da alta-definição... a coisa é bem diferente.


Hoje em dia temos ecrãs de grandes dimensões que nos fazem repensar se não estaremos melhor a ver cinema "em casa". E nem precisamos de entrar em sonhos megalómanos como a daquele ecrã de 84" da LG, com resolução ultra-HD 4K. Por preços bem acessíveis podemos encontrar ecrãs HD de dimensões já razoáveis, e sistemas de som 5.1 (reais, ou "virtuais) que nos permitem transformar a nossa sala no nosso cinema particular, e onde temos o total controlo sobre aquilo que queremos ver, a hora em que a sessão começa... e até as pausas caso seja necessário dar um salto à cozinha para reabastecer as pipocas ou bebidas.

Um total controlo que também se torna mais conveniente e confortável: não é necessário percorrem dezenas de quilómetros até ao cinema mais próximo; não é necessário ficarem nas filas; arriscarem-se a encontrar uma sala cheia que faz com que tenham que ficar num canto da sala (ou nas primeiras filas), ou a terem que aturar pessoas ao lado a comentar o filme/falar ao telemóvel/ou a agitar o balde de pipocas ruidosamente a cada 30 segundos... Já para não falar no preço dos bilhetes, que no caso de uma família numerosa e/ou com amigos... rapidamente se torna num "luxo" que nem todos estarão dispostos a suportar.

O Natal está à porta... o tempo frio também... será assim tão desabido pensar que da próxima vez que quiserem ver um filme, telefonem aos vossos amigos e marquem a "sessão" para a vossa própria sala?

A era do cinema em casa chegou, e é de prever que cada vez mais pessoas optem pela comodidade, facilidade, e economia que essa opção permite. Pela minha parte, apenas aguardo com ansiedade que a tecnologia faça com que os custos dos ecrãs gigantes (e refiro-me aos de 84" ou mais) venha para valores mais compatíveis com a carteira dos portugueses. Mas tal como em tempos me parecia impossível ter uma TV com ecrã de 50", e hoje em dia tenho duas em casa, imagino que daqui por uns anos possa estar a dizer o mesmo de televisores de 84" e 100".

Haverá sempre espaço para a experiência social que é "ir ao cinema", mas não me chocará ver que haverá um número crescente de pessoas que passará a optar por dar prioridade ao "cinema" que tem...  em casa.

[Post também publicado em destaque no blog da LG]

1 comentário:

  1. Muito bom artigo e sem dúvida, com visão realistica da actualidade, especialmente no caso "cinema vs home cinema", onde cada vez mais se torna mais gratificante o home cinema. A sala de cinema está a perder pontos aos poucos...

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