Cá estou de regresso para vos contar que tal tem sido este Fantas 2012, em que o cinema Português está de regresso em força e merecendo todo o destaque possível. Refiro-me, obviamente, a A Moral Conjugal, escrito e realizado por Artur Serra Araújo (que já nos tinha trazido o fabuloso Suicídio Encomendado).
Um filme que volta a recorrer (e bem) ao José Wallenstein, com interpretação excelente (como sempre), e muito bem acompanhado por Maria João Bastos, São José Correia, e pela sua sobrinha Catarina Wallenstein.
É um filme sobre a infidelidade e as suas consequências, pautado pelas situações inesperadas e improváveis, e que só se torna um pouco "estranho" de digerir porque em vez de um único fio condutor do início ao fim, temos um "passagem de testemunho" que faz com que pareça um filme em duas metades. Mas, vale a pena ver.
Palavra rápida para o filme de abertura do Fantas, Shame... um filme sobre o vício do sexo, que certamente se tornará mais famoso pela nudez frontal do protagonista do que propriamente pela história que aborda; seguido de Bag of Bones, mais uma adaptação de uma história de Stephen King (sempre igual a si próprio e sem grande originalidade), que nos chega de Mick Garris - que novamente está cá presente no Fantas.
Já no sábado, para além de A Moral Conjugal, tivemos outros filmes bem à Fantas, como foi o caso de Eddie (o sonâmbulo canibal), e Bellflower (um filme sobre a amizade, os sonhos de criança, e o "distúrbio" das paixões amorosas).
Mas... o momento alto foi mesmo o fantástico Juan de los Muertos!
Um filme que serve de resposta à altura (e até supera, em certa medida) o Shawn of the Dead, em versão cubana, onde o espírito latino está muito bem representado. A não perder! :)
Um dia que seria em pleno se, mais uma vez não se assistisse a uma falha monumental e inadmissível a fechar a noite. É que durante praticamente toda a exibição do filme Some Guy Who Kills People, foi isto que a plateia do Rivoli pode ver.
Sim.... uma vez mais as cortinas intrometem-se no Fantas... tapando as partes laterais do filme; e que aqui, não se limitaram a ser apenas temporariamente por alguns minutos... mas sim durante todo o filme!
Verdadeiramente inacreditável. Será assim tão difícil ter alguém da organização (ou a ela associada) que se digne a estar a olhar para os filmes que são exibidos para se evitarem estas "figuras tristes" de um festival de renome internacional e que conta com mais de 30 anos de existência?
Esperemos que tenha servido de lição... embora este pareça ser um erro que ao longo dos anos vai perseguindo o Fantas.
Para quem se orgulha em dizer que tem um dos 25 melhores festivais de cinema do mundo, a organização está muito má. E não digam que é por culpa dos cortes orçamentais...
ResponderEliminarMas o Fantas é sempre o Fantas! Alguém ainda se lembra como eram as sessões no antigo Carlos Alberto?
ResponderEliminarPor isso, um erro ou outro, até dá para rir, não fosse esse o espírito do Festival.
EStou curioso para ver o "Bunny Game" e ver a cara de esbugalhados de todos aqueles que vão assistir ao filme. Acho que é pior ainda que o " A Serbian Film". Ainda me recordo da cara de todos os que viram este filme o ano passado, pelas 3 da manhã. Ficamos todos tipo zombies ainda a pensar que aquilo não era verdade.
A ver vamos.
Parabéns pelo blog, não conhecia.
Jose Carlos
Sim, claro que me lembro do saudoso Carlos Alberto (aliás, no 1ª ano que se mudou para o Rivoli até me recusei a lá pôr os pés em "retaliação" ao abandono do Carlos Alberto ;)
EliminarSim, há erros que são imprevisíveis e que fazem parte do festival... Mas são cada vez menos admissíveis num festival que pretende ser de nível mundial, e que são "básicos" e - talvez pior ainda: recorrentes.
Hoje, novamente tivemos problemas de projecção que interromperam a exibição de um filme, para desespero do o realizador, que estava lá na sala.
Desta vez foi uma encravadela qualquer do bluray, que obrigou a que se passasse a cópia de DVD, com o logotipo da produtora/distribuidora lá estampado...