segunda-feira, 7 de março de 2011

Rescaldo Fantasporto 2011


Mais uma edição do Fantasporto que termina e que nos faz desejar o seu rápido regresso para 2012. Ao contrário da tradição de outros anos, nesta não terminamos com a apresentação do cartaz da próxima edição; talvez sinal simbólico de que o Fantasporto está em crise. Crise que se apresenta de forma bem clara face às edições anteriores, com destaque especial para o 25º Fantas "à grande e à francesa", e todas as edições posteriores onde pudemos ver a Cidade do Cinema montada na praça em frente ao Rivoli.

Foram edições que serviram para marcar ainda mais todos aqueles que este ano encontraram um Fantas despido de todos esses extras, e de novo reduzido ao seu essencial: o cinema.
Se alguns poderão achar que até os filmes foram fraquinhos, permitam-me discordar. Acho que tivemos novamente uma das melhores selecções de filmes que se poderia ter.
Sim, é inevitável que uns sejam melhores que outros; e que as escolhas não sejam consensuais.

Pegue-se por exemplo no filme vencedor deste Fantas 2011, o Two Eyes Staring. Filme que podendo ter os seus méritos (até Hollywood já está a preparar o seu remake) me passou completamente "ao lado"... Não achei que tivesse nada de especial, nem que fosse sequer assim tão original ou merecedor do prémio de melhor argumento. Mas... lá está, o cinema é assim mesmo e não tem que ser consensual.


Destaque ainda para a melhor curta nacional: Deadeye Jack in Bats in the Bellfry. Prémio definitivamente bem merecido e que servirá de inspiração para que João Alves nos traga mais e melhores trabalhos. Podem ter a certeza que iremos falar mais vezes dele no futuro. :)


Portanto, é isto... nem o Fantas está imune à crise que todos os Portugueses têm sentido, e tal como a grande maioria de nós, também o Fantasporto se indigna -não pelas dificuldades em si- mas pela forma como essas crise é distribuída pelo País.
Sem o desmérito de outros festivais, torna-se um pouco ridículo ver um Festival com a qualidade e tradição que o Fantasporto tem, obter apoios inferiores a outros... cuja única diferença (para além da total ausência de tradição), é terem umas coordenadas geográficas mais "atraentes"... talvez.

É triste quando até promessas proferidas pela própria Ministra, em pleno Rivoli, na edição anterior, ficam por cumprir... Mas é novamente prova de que a política actualmente se assenta em mentiras, e que desse lado já nada se pode esperar (a não ser que se tenha as coordenadas certas... talvez.)

Mas uma coisa é certa. O Fantasporto está connosco há mais de 30 anos; e não será fácil acabarem com ele.
É que mais que um espectáculo de uma única cidade, o Fantasporto é imagem de marca de todo Portugal - e consequentemente, de todos nós.

Até para o ano, e desejos de um Fantasporto 2012 melhor que nunca!

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