sábado, 1 de março de 2008

A Visita da Banda no Fantas

Friday night at Fantas... e que tal foi?

Começamos com uma curta de animação espanhola, A Maior Flor do Mundo, baseado num conto de José Saramago - Prémio Nobel da Literatura. Não sou grande fã do homem, mas tecnicamente a animação estava excelente.

De seguida, uma agradável surpresa, um filme isrealita/egípcio: The Band’s Visit (Bikur Ha-Tizmoret) de Eran Kolirin. Não é um filme fantástico, mas é realmente fantástico, comovente e surpreendente.

Uma orquestra clássica da polícia egípcia vai tocar num evento em Israel. No entanto acabam por ir parar a uma pequena cidade israelita de nome parecido. Um retrato da natureza humana, das suas diferenças, e de todas as suas nuances, resumido num único dia e uma noite.

Destaque especial para a fabulosa sequência de "iniciação ao namoro" - (quando virem o filme vão saber do que estou a falar! :)

Altamente recomendado!



Às 23.15 foi a vez de Ark de Grzegorz Jonkajtys e Marcin Kobylecki da Polónia. Uma curta de animação CGI engraçada sobre a raça humana que foge de um vírus mortífero para o mar em barcos gigantescos. Está bem conseguida, mas era estória que pedia mais alguns minutos de desenvolvimento.


E depois, o grande filme da noite, uma produção de Guillermo del Toro, El Orfanato (The Orphanage) de Juan Antonio Bayona.
Já adulta, uma mulher retorna ao orfanato onde viveu quando criança. No entanto, logo se começam a suceder acontecimentos estranhos, envolvendo o seu filhos e os seus amigos imaginários.

Não é que o filme seja mau... no entanto a fasquia de uma produção deste tipo é bastante alta e esperava-se mais. O filme tem muitos bons momentos, no entanto peca por ser demasiado inconstante. Por poucas vezes se consegue manter o suspense por mais que poucos segundos.

Temos assistido a grandes filmes do género vindo dos nossos vizinhos, e este é mais um que abre boas perspectivas para Juan Antonio Bayona.


Para o fim, a desilusão da noite The Death and Life of Bobby Z. Nomes sonantes não faltavam, desde Paul Walker, Laurence Fishburne, Joaquim de Almeida, e até Olivia Wilde (que muitos conhecerão de House, M.D.)

Um agente da Brigada Anti-Drogas oferece a Tim Kearney a saída de prisão. Para isso, tem que se disfarçar de Bobby Z, um traficante de drogas recentemente falecido, e participar numa troca de reféns. Quando as negociações dão para o torto, Kearney foge, com o filho de Z a reboque.
No entanto, é uma palhaçada total... um filme que peca por querer ser levado a sério. Teria muito mais hipótese de sucesso se se assumisse como comédia pura e dura (e mesmo assim... não garanto que funcionasse). Assim, nem é "carne nem peixe", e deparamos com representações inconsistentes de todo o elenco - que parecem ter feito o filme como favor especial a alguém - que não imagino outra desculpa para que se tenham metido naquilo.

No entanto, o dia teve saldo positivo, com o Orfanato, e... A BANDA! :)

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