sexta-feira, 30 de março de 2018

Ready Player One

Steven Spielberg está de regresso às salas de cinema com um dos filmes mais aguardados do ano. Ready Player One é uma verdadeira ode à nostalgia dos anos 80, e faz questão de o demonstrar - em overdose - em praticamente todas as cenas do filme.

Num futuro dominado por uma sociedade que lida com a sobrepopulação, a maior parte das pessoas refugia-se num mundo virtual chamado OASIS onde cada um pode ser aquilo que sempre sonhou ser e fazer tudo o que puder imaginar. Só que a parada aumenta desde que a morte do criador deste mundo virtual despoletou uma autêntica caça ao tesouro, com o primeiro a encontrar o easter egg que ele deixou a ficar imensamente risco e a poder controlar o jogo - algo que é pretendido por uma corporação que não olha a meios para obter as chaves que darão acesso a este legado.

Esta é a história, mas este é um filme que vive pela roupagem: por todos os lados e recantos temos alusões a todo o tipo de referências dos anos 80 e 90; desde super-heróis aos veículos de Regresso ao Futuro, Mad Max, e Akira; a personagens de jogos, séries e filmes; e tudo o mais que se possa imaginar. Até em detalhes como os filmes que vemos em cartaz neste mundo virtual são referências a filmes; e uma vez que cada equipa independente que trabalhou no filme parece ter lá colocado alguns easter eggs que não estariam propriamente aprovados, antevê-se uma verdadeira caça aos mesmos assim que o filme sair em Bluray / 4K.

Se por um lado temos um filme de "encher o olho", por outro lado há toda uma outra componente que deixa a desejar: o maioria do nosso quinteto de protagonistas não recebe qualquer "tempo de antena" para se sentir o mínimo de empatia pelos mesmos, o que é pena. Pois nem sequer o facto de ultimamente serem relações virtuais criadas à distância serve de desculpa (sendo a relação entre o nosso herói e heroína a prova disso).

... Fico também intrigado como é que este filme irá ser visto por aqueles que já nasceram neste milénio, e para quem a maioria das referências serão completamente desconhecidas... Afinal, quantos é que se terão dado ao trabalho de ver o Krull apenas por terem ficado fascinados pelo seu cartaz? :)


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