quarta-feira, 16 de julho de 2014

Need for Speed

Scott Waugh já entrou em dezenas de filmes como duplo, e já nos trouxe filmes que nos mostram a vida militar um pouco mais próxima da realidade. Por isso, realizar num filme de acção baseado numa das mais populares sagas de videojogos de corridas poderia não ser inesperado.

Este Need for Speed vem demonstrar novamente que transferir jogos para o cinema nem sempre (quase nunca?) resulta; embora curiosamente o filme pareça estar a agradar a maioria do público. (O horror: estarei a tornar-me num daqueles críticos cujas opiniões são completamente opostas à do "público"?)

Não me parece haver qualquer dúvida que este Need for Speed só se tornou realidade graças ao sucesso de filmes como o Fast & Furious. E novamente estamos perante uma história que parece saída de uma caixa de cereais: grupo de amigos em dificuldades corre para ir ganhando dinheiro; durante uma corrida com o "irritante menino rico" ele provoca um acidente que mata uma pessoa; o nosso "herói" leva com as culpas e vai para a cadeia; quando sai parte em busca de vingança, que será levada a cabo numa corrida secreta.

Basicamente é isso; e embora não faltem bólides no ecrã, lamento dizer-vos que as cenas de corridas e de perseguição nem sequer chegam a ser verdadeiramente cativantes ou impressionantes - e não é pelo facto de no início prestarem homenagem ao Bullit que isso contribui para o resultado final. Há também outras coisas que parecem completamente disparatadas, como quando ele cede o volante do potente Mustang à rapariga que o acompanhava - como se fosse um "grande momento" - mas esquecendo-se que na verdade, tinha sido ela a conduzir o carro quando lho foi entregar (portanto... qual a novidade?)

Se há coisa que o filme faz bem, e há que lhe dar crédito, é precisamente aquilo que o realizador já nos tinha mostrado nos seus filmes anteriores: o ambiente de camaradagem entre o grupo que rodeia o nosso herói. E aí, há que admiti-lo, consegue fazê-lo de forma superior ao que temos em filmes como Fast & Furious. Penso também que Aaron Paul e Dominic Cooper no papel do seu rival não terão sido propriamente as melhores opções para os personagens que interpretam... mas novamente, se calhar sou eu que estou a ser demasiado esquisito.

Não é que eu estivesse à espera de uma obra prima, vindo de um filme que é uma adaptação de um videojogo, e não é que o filme seja completamente mau; mas... posso dizer que é precisamente o tipo de filme que estava à espera... e neste caso, isso não é assim um elogio tão grande quanto gostaria que pudesse ser.


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