Riddick

Riddick está de regresso ao grande ecrã. Um filme que muito aguardava, não fosse Pitch Black ser um dos meus filmes favoritos de todos os tempos, e onde ficamos a conhecer este anti-herói que rapidamente conquistou uma legião de fãs. Depois das aventuras com os Necromongers em The Chronicles of Riddick, este Riddick é um filme que poderá ser considerado um regresso às origens.

Novamente pela mão de David Twohy, este Riddick bem que poderia ser um filme que pretende ser um "Pitch Black" com melhor orçamento. Em vez das megalomanias do The Chronicles, aqui voltamos a ter um Riddick isolado, traído e abandonado como morto num planeta desolado, e onde terá que enfrentar tanto a "bicharada local" como um pequeno grupo de mercenários em busca de dinheiro e respostas.

O filme resulta decentemente, mas não sem alguns desiquilíbrios. Para começar, nunca se consegue criar o clima de "medo do escuro" que se tinha em Pitch Black (mesmo se algumas sequências estão bem conseguidas e nos deixam em estado de desespero). Por outro lado, temos um Riddick inicialmente fragilizado, mas que rapidamente volta a ser um "super-herói" destemido, mesmo quando tem que enfrentar mais de uma dezena de mercenários. A sua habitual "arrogância" fica bem, mas tem que ser com peso e medida... e aqui parece-me que está um pouco exagerada.

Também exagerada me parece a relação criada entre Riddick e o líder do segundo grupo de mercenários (que quer saber o que aconteceu ao filho), que de "inimigos" parecem subitamente passar a amigos de honra de longa data. Fico feliz por saber que há honra ali pelo meio... mas não me parece muito credível que estes personagens caídos do céu e sem qualquer "background" agissem assim.

Ainda assim, recomenda-se, e certamente será de mais fácil digestão para todos os que tiverem dificuldade em ver o Pitch Black que agora já transparece a sua produção mais limitada (leia-se: de aspecto mais foleirote). Mas para mim, o Pitch Black continua a ser o filme de referência para o nosso Riddick. :)