sexta-feira, 18 de maio de 2012

Take Shelter

Escrito e realizado por Jeff Nichols (à semelhança dos seus outros filmes, Shotgun Stories e Mud), e que curiosamente também contam com a participação de Michael Shannon, este Take Shelter é um filme que tem atraído bastantes atenções.

O filme acompanha Curtis, um pai e marido com uma vida aparentemente normal, e que até serve de referência aos seus colegas e amigos; mas que começa a ser perseguido por sonhos de que uma estranha tempestade se aproxima.

Dedicando cada vez mais do seu tempo a expandir o seu abrigo anti-tempestades, vai pondo em causa a sua própria sanidade (agravada pelo facto da sua mãe ser esquizofrénica) ao mesmo tempo que se vai afastando do resto do mundo.

Pesadelos e alucinações, ou profecia de uma realidade que está para vir? É esse o grande dilema que este filme aborda, num retrato à sociedade actual, governada pelo medo do que está para vir, e à custa do qual o filme consegue criar momentos de grande tensão (quanto a família fica fechada dentro do abrigo) e que depois consegue culminar num final... do qual só vos posso falar a seguir a este aviso:

***SPOILERS AHEAD***

O filme termina de forma propositadamente vaga, onde o próprio realizador diz que "isso não interessa" ficando ao critério de cada um.

Depois de terem recorrido a um psiquiatra que recomendou que se afastassem por uns tempos do abrigo, a família vai para a praia, e enquanto o pai brinca com a filha na praia, esta faz-lhe o sinal de que a tempestade está de volta. Surpreendido, e ainda sem saber em que acreditar, o marido olha para a mulher... que começa a ver a chuva de óleo tal como ele tinha descrito, e que lhe faz sinal de que também ela estava a ver a tempestade. Ao mesmo tempo que no horizonte, uma enorme onda gigantesca de tsunami se ia formando, com o mar a recuar.


Conclusão #1: o homem não estava louco, e a profecia da tempestade era real.
Conclusão #2: tanto ele como a filha estavam a ter alucinações esquizofrénicas, e em jeito de alucinação colectiva já tinham "contaminado" a mãe.

A piada do filme está mesmo nesta ambiguidade final, que cada um terá que (tentar) decidir por si. E nem que seja só por fazer os neurónios funcionar... este filme é altamente recomendado.

***SPOILERS END***


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