Antes de começar a falar sobre este In Time de Andrew Niccol (que escreveu e realizou filmes como The Truman Show, S1m0ne, e claro - o incontornável Gattaca), tenho que fazer um pré-aviso: este filme é uma fábula, e como tal, temos que estar preparados para esquecer e deixar passar muitos elementos que se esperariam de um filme de ficção científica cientificamente correcta.
A premissa é simples: se habitualmente se diz que tempo é dinheiro, neste In Time assistimos exactamente ao oposto: o dinheiro é o próprio tempo.
A humanidade evoluiu a tal ponto em que todos podem ser imortais, e as pessoas param de envelhecer aos 25 anos, altura em que começa a contagem decrescente do seu ano extra de vida. A partir daí há que trabalhar para ganhar tempo extra, que pode ser transferido de pessoa para pessoa, mas há também que pagar por tudo... em tempo que é descontado no tempo restante de cada um.
Quando um desconhecido aparece numa zona pobre da cidade, habituada a sobreviver a correr e sempre com os minutos contados, com mais de 100 anos no seu contador... vai despoletar uma sequência de eventos que vai mudar tudo.
Crítica forte à sociedade de consumo, à economia global, à justiça e a muitas mais coisas, o filme comporta-se bem e é recomendado. Mas sendo pena que se tenham que deixar de lado muitas questões que absurdamente parecem ter ficado esquecidas... Desde a aparente ausência de simples telemóveis ou sistemas de "troca de créditos" à distância; à questão mais básica de como dificilmente alguém aceitaria ver um contador com 1h de vida (ou menos) no seu braço, sem entrar em modo de desespero total e - com a sua morte anunciada - recorresse a todo e qualquer meio necessário para arranjar mais tempo: desde matar e roubar o tempo a outroas pessoas, a roubar o tempo nos bancos... ou simplesmente a ter tendências psicopatas e começar a matar quem bem lhe apetecesse...
Mesmo assim, fica bem na colecção ao lado de Gattaca, embora não esteja ao seu nível...
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Gostei do “In Time”, até o classifiquei por 7/10 (BOM) na altura (fui agora rever a pontuação no FilmAffinity).
ResponderEliminarAnarquia na luta contra o “sistema” num sci-fi com estilo “Bonnie & Clyde”.
Acho, logo a começar, a premissa um ponto alto do filme, mesmo que o argumento tenha sido mais desenvolvido como se de um videogame se tratasse, o filme não deixa de apontar conceitos muito curiosos e achei inteligentes digo-o, sobre a sociedade e fazer as suas criticas sociais em modo de entretenimento. É uma sociedade que deixou de envelhecer apartir dos 25 anos e onde o dinheiro deixou de existir. É uma sociedade que “cultiva” a perseguição da conquista do tempo, digamos que a imortalidade (num detalhe invulgar verificamos a irradicação dos problemas da estética feminina – aqui avós, mães e filhas aparentam todas 25 anos de vida). Toda a gente morre como jovens, logo como distinguir quem é jovem dos idosos? – as pistas do filme são interessantes. Gostei de tudo e funciona como um óptimo entretenimento, que não é oco e faz pensar!