sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Drive

Este Drive foi realizado por Nicolas Winding Refn (Valhala Rising, etc) e tem ganho vários prémios (incluindo o de melhor realizador em Cannes), mas... como sempre, para mim isso pouco ou nada importa. :P

Adaptação de um livro de 2005, Drive é sobre um condutor exímio que trabalha como duplo no cinema, para além de trabalhar numa oficina e ser também um condutor a soldo para ladrões - a quem promete apenas 5 minutos exactos de tempo de espera.

De uma vida perfeitamente organizada, e com um futuro aparentemente promissor nas corridas; as coisas rapidamente passam ao extremo oposto quando se sente atraído pela sua vizinha - e cujo marido recentemente saído da prisão o vai envolver num roubo que trará complicações inesperadas.


A coisa não começou bem. Logo no início, a escolha da cor e do tipo de letras dos créditos de abertura, que mais seriam apropriados para um qualquer romance "tradicional", deixou-me já desanimado para o que e estaria para via - e até a banda sonora, nesse mesmo início,  me parecia um pouco "ao lado"... Mas... tal como não de deve julgar um livro pela sua capa, também aqui teria que se esperar para ver o que estava para vir.

E o que veio, foi algo que é difícil definir.

Entre as cenas de acção e de perseguição - que sabem a pouco e são demasiado espaçadas para que quem vá ver este filme esperando um filme de acção tipo "transporter" saia satisfeito - e as cenas de "química" amorosa entre entre os dois protagonistas (interpretados por Ryan Gosling e Carey Mulligan), este é um filme que apenas posso descrever como sendo... bastante estranho.

O filme é bastante pausado... mas por outro lado compensa esses longos interregnos com cenas que deixarão o espectador chocado (sim, temos direito a uma cena de esmagamento de cara à "Irreversible")... E por outro lado temos um personagem principal que poderia ser descrito como um psicopata à Dexter, quase incapaz de exibir emoções - só que sem a narrativa que nos dá a conhecer os seus pensamentos, aqui substituido por um enigmático silêncio - misturado com inspirações automobilísticas do célebre "Bullit", e... sei lá que mais - até martelos à Old Boy lá aparecem pelo meio!

Compreendo o fascínio que tem provocado no panorama cinematográfico, mas custa-me a acreditar que seja um filme para o espectador normal (pelo menos, para aqueles que não tenham o gene de predisposição sociopata do protagonista; mas por outro lado, se temos séries como Dexter a fazer sucesso por todo o mundo, já não digo nada)... acima de tudo, talvez seja melhor dizer simplesmente que é um filme "estranho", e que deve ser visto para que decidam como o descrever.

1 comentário:

  1. Esta crítica mereceu destaque na rubrica «A “Polémica” do Mês» do Keyzer Soze’s Place, disponível aqui: http://sozekeyser.blogspot.com/2011/12/polemica-do-mes-7.html

    Cumps cinéfilos!

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