quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

The Road


Graças à Take (já tinha saudades de lá ganhar um convite! :) tive a oportunidade de assistir à ante-estreia deste filme apocalíptico que marca o início do ano cinematográfico de 2010, The Road de John Hillcoat, uma adaptação do livro de Cormac McCarthy.

(E lembrar-me que ainda "no outro dia" vos dava a conhecer o início desta produção, ainda com o nome de código The Road to 2929 - estavamos nós em Janeiro de 2008! :)

Relembro que o livro ganhou o prémio Pulitzer para a ficção em 2007.

Mas... é do filme que estamos a falar. Então... que tal está a versão cinematográfica da obra?

Acho que está bastante boa.

Não estamos perante um filme de acção, e a narrativa decorre pausadamente ao longo do filme - quase como se estivessemos a ler o livro. Isso acaba por funcionar bastante bem, já que dá tempo para se reflectir sobre o que estamos a ver, permitindo-nos interrogar sobre o que faríamos sobre tais circunstâncias de tão grande desespero.

A história relata um futuro onde praticamente toda a vida no planeta foi aniquilada por explosões nucleares, e pelo completo desmoronar de toda a sociedade nos anos que se seguiram. A comida é um bem escasso, assim como todo e qualquer tipo de objectos úteis (roupa, etc.)
Os poucos sobreviventes dividem-se entre pessoas que vagueiam sozinhas pela imensidão desolada, e por grupos que usam a força dos números e armas para dominarem sobre os mais fracos - e recorrendo ao canibalismo para sobreviverem.

É um futuro verdadeiramente sombrio e que aos poucos nos faz esquecer que possa haver qualquer tipo de esperança para o pai e filho que acompanhamos no ecrã. Um pai moribundo que vai sendo arrastando para o abismo do desespero, atormentado sobre o que será a vida do seu filho quando ele não estiver por cá; um filho que vive e sonha dos ideais que lhe foram transmitidos pelo seu pai e que vai sendo a sua única ligação à pouca humanidade que ainda lhe resta.




[SPOILER - Saltem à frente!!!]
Quando muito, acharia preferível o filme não ter terminado de forma tão cor-de-rosa. Bem sei que o objectivo é tentar dar uma réstea de esperança... mas teria sido muito mais cativante termos ficado sem saber se o homem que surge ao fim estaria realmente a falar verdade... ou a mentir! :)

16 comentários:

  1. Mesmo assim é um cor-de-rosa muito apocalíptico, não estamos a falar dum Apocalipse com fim cor de rosa como o 2012 :)
    Eu adorei todo o filme, e aquele fim explica alguns dos acontecimentos anteriores.

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  2. eu também fui ver graças a take :P mas cheguei atrasado e não vi o inicio do filme e fiquei sem perceber o que levou a que o mundo se tornasse naquilo que nos foi mostrado...

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  3. @Base

    Nesse aspecto não perdeste muito, o filme não mostra "visualmente" esse aspecto (apenas uns flashs de luz que se notam por tras das cortinas, e que deixam de ter electricidade - e que a água canalizada irá logo de seguida.)

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  4. Dá para perceber que os incêndios e tremores de terra se tornam uma constante, mas sem nunca explicar mais. Também não acho necessário saber, a história que se quer contar é a do pós-apocalipse, não a do apocalipse em si.

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  5. sim, toda a gente sabe que as máquinas atacaram primeiro! ;)

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  6. Espero ver este filme e estou com as expectativas em alta!
    Espero, igualmente, uma boa vertente humana.

    Abraço
    http://nekascw.blogspot.com

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  7. @Nekas

    A vertente humana é o foco principal do filme. :)

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  8. O filme pouco explica, foca-se só nas persongens principais do pai e filho...


    Esperava mais do filme, não gosto muito da historia triste deste filme :(

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  9. É mesmo um filme para ser triste e "desesperante", e tens sorte que até acaba com uma réstea de esperança. Se fosse eu, tinha terminado com um final bem pior! ehehe! :)

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  10. Expliquem-me porque raio a família que acolhe o miúdo no final, apenas o faz quando o pai morre e porque tanta vontade de ficar com o miúdo??

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  11. Eles já andavam a persegui-los há algum tempo: mas como deu para perceber, as abordagens entre pessoas era sempre algo... "complicado" (e potencialmente letal.)

    Daí que se perceba o cuidado de alguém que tinha uma família de quem cuidar em fazê-lo da forma certa.
    Quanto à vontade de ficar com o míudo, uma visão mais positiva seria considerar a hipótese de continuação da espécie.

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  12. Provavelmente também perceberam que o pai já não aguentaria muito mais tempo e quando este faltasse ao miúdo, eles assumiam a sua segurança.
    E estás a imaginar alguém a chegar à beira dum pai e dizer "agora tomamos nós conta dele"!
    Era razão para levar logo chumbo.
    Já nos dias que correm essa é uma situação que dá muito que falar (vide caso Esmeralda, etc), imagina numa em que as pessoas fazem a sua própria justiça.

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  13. Já agora, fui ver o "Livro de Eli" (obrigado TAKE) e achei uma charopada da pior espécie, não fossem os óptimos actores a salvar o que podiam, ia ser completamente intragável. Um mundo roubado ao MadMax com acção roubada ao Rambo.

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  14. Vi este filme recentemente e gostei bastante; achei a cena em que o The Thief é deixado em pelota bastante comovente e prova de que The Man estava a ficar como os outros sobreviventes: mais brutal e "without the fire".

    Quanto ao final feliz, li numa crítica que poderia não ser tão feliz assim; e se pensarmos que aquela família, que até inclui um cão, se iria alimentar do miúdo e do pai? Cada um especula sobre o que quiser.

    Claro que é uma forma de "endarkecer" o final, mas eu achei que a esperança e a superação de obstáculos é inerente à condição humana, por mais impossível que pareça ver a luz, logo o final é apropriado; em breve lerei a obra, pq o filme despertou-me a curiosidade.

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  15. Por acaso, é uam experiência interessante... ler o livro *depois* de ver o filme.
    (Normalmente, o contrário nunca dá bons resultados - já que dificilmente um qualquer filme conseguirá competir com a nossa "visão" do livro. :)

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